terça-feira, 10 de maio de 2011
Ringo rouba a cena em documentário dos Beatles
Diretor Albert Maysles participou de debate no Cinesesc nesta quinta-feira (5)João Varella, do R7
Nem John, nem George e muito menos Paul. Ringo Starr, o menos popular dos Beatles, é quem mais chama a atenção no raro registro da banda What’s Happening! The Beatles in USA!, que só pode ser exibido com a presença do diretor Albert Maysles.
Ele esteve nesta quinta-feira (5) no Cinesesc, em São Paulo, para exibir suas raras filimagens. Esse era o principal evento da programação do In Edit, festival de documentários sobre música que vai até dia 8 de maio na capital paulista e dia 12 de maio no Rio de Janeiro. Há 47 anos, Albert não tinha muita noção da importância de seu trabalho.
- Esses tais Beatles são bons?
Essa foi a primeira pergunta que Albert fez ao seu irmão David depois que os dois toparam a proposta de uma emissora de televisão para gravar os primeiros dias do quarteto de Liverpool nos EUA. Era fevereiro de 1964 e a beatlemania estava a todo vapor.
Albert diz que tinha uma formação musical mais voltada para a música erudita. Felizmente, David, que morreria em 1987, estava lá para afirmar que sim, valia a pena filmar os tais Beatles. Albert repetiria a pergunta anos mais tarde com os Rolling Stones antes de filmar o clássico Gimme Shelter que trata do show de 1969 onde um espectador foi assassinado.
Quem mais parece ter chamado a atenção dos irmãos Maysles foi Ringo. Sempre pronto para fazer uma exibição para as câmeras, ele é quem mais aparece no filme. Mas nem sempre ele estava no controle da situação. Prova disso é uma cena em que ele parece estar hipnotizado pelos fartos seis de uma fã cheia de suingue.
Na época em que chegaram pela primeira vez aos EUA, os Beatles recém tinham iniciado a carreira. Eram moleques de 20 e poucos anos. Enquanto ficam no hotel, à espera da próxima entrevista, ou estão a caminho de algum compromisso da turnê, fazem macaquices. E nisso, Ringo é imbatível.
A edição dos Maysles privilegia o aspecto brincalhão dos Beatles. A proposta da câmera deles é estar invisível. Não abordam os personagens nem fazem narração em off. Essas são algumas características do chamado Cinema Direto, maneira de se fazer documentários típica dos Maysles.
Porém, as filmagens renderam um outro filme, mais musical e comercial chamado The Beatles: The First U.S. Visit. Esse filme é de propriedade da Apple Inc., a empresa dos Beatles, que comprou o direito de imagens da televisão que contratou os Maysles e fez sua própria edição.
Questionado pelo R7 sobre o acordo, Maysles elegantemente não quis entrar em detalhes. Apenas disse que fez um acordo com a Apple para não lançar comercialmente sua versão das próprias imagens. Albert disse que acha The First U.S... um filme “ok”.
Problemas
Parte das cerca de 450 pessoas que lotaram o Cinesesc ficou frustrada com a falta de legendas na maior parte do filme. Mesmo quem tinha boa noção de inglês teve dificuldade para entender as falas, que eram ditas em meio a ambientes barulhentos no filme.
Outras reclamações foram com relação ao som do filme, que estava cheio de distorções, e a pontualidade. A sessão marcada para as 21h começou cerca de 30 minutos depois.
Ao longo do filme, foi possível perceber várias cadeiras vazias. E olha que, antes da projeção começar, a fila chegava a invadir a calçada da rua Augusta.
Fonte: http://entretenimento.r7.com/cinema/noticias/ringo-rouba-a-cena-em-documentario-dos-beatles-20110506.html?question=0#quiz
Publicado em 06/05/2011 às 09h55.
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